domingo, 18 de abril de 2010

Ainda volto...






Após o Paulinho ter nos deixado em Bairro Alto 00:30hs começávamos a caminhar em direção ao Ibitirati, para uma nova tentativa da Ecoxiitas, a caminhada fluiu bem até o leito no início do grotão, chegamos ali e ainda estava escuro, amanhecendo resolvemos seguir um pouco à direita da canaleta de água e dá-lhe trepa-matos que aos poucos fora se complicando, se complicando até que tivemos que fazer encordados uma passagem à esquerda muito exposta, guardamos a corda, e novamente estávamos mais próximos da canaleta do grotão e dá-lhe trepa-matos cada vez mais sinistros, algumas passagens expostas tipo "não pode cair mesmo" começamos a misturar bambuzinhos, lances de rocha e bote em arvorezinhas, a coisa estava realmente ficando feia, e a mochila pesada com água e equipos só contribuia pra complicar ainda mais as coisas, bem após vários lances "venenosos" chegamos num platô no leito do grotão e olhei dizendo: "fim da linha" galera, pra cima de nossas cabeças havia umas rampas rochosas totalmente molhadas com uma toceira de mato isolada e pra cima disso um lance negativo pingando água, bem estávamos num beco sem saída.
Começamos a cogitar por onde ir e o Élcio se animou tentar um lance pela esquerda, eu estava convencido disso, mas após tentar ir por dois lugares, "a porta se fechava", o Alessandro perguntou ainda pro Élcio, se de onde ele visualizava era possível seguirmos pelo grotão molhado mesmo e sua resposta: "impossível!!!", estávamos meio confusos sobre onde realmente inciava a via e nos deixamos enganar achando que o platô estava próximo à esquerda, foi quando olhando melhor vimos mais abaixo algo que parecia um platô, e comecei o rapel até uma arvorezinha com um lance de rocha à frente, o Élcio e o Alessandro vieram vindo e antes visualizaram uma possível passagem por uma fissura na esquerda, me chamaram, eu já estava sentindo o cansaço e tive que "prussicar" um lance rochoso molhado levemente negativo com apenas um cordelete, acabei me desgastando ainda mais e cheguei exaurido nos dois.
Bem, lá foi o Élcio pra "última cartada", foi meio bufando pela fissura e quando chegou na aresta... sua resposta foi desoladora: Vixi! A base da via está muito longe!!! Então começou a desescalar limpando o lance. O Alessandro ainda cogitou de irmos pelo final do grotão mas era inviável passar por ali e desistimos.
A descida fui bem desagradável fizemos uns cinco rapéis de 30m pra chegarmos no local onde era possível "desescalaminhar" com mais tranquilidade e dá-lhe pernada, a descida foi frustrante e na ponte de troncos, que encontra-se semi-destruída, cada qual sentou num canto sobre a ponte e dormiu encostado na mochila, tal era nosso cansaço, após nossa ciesta (rs) continuamos o calvário, dali pra frente íamos no "automático" e por volta das 19:30hs estávamos novamente em Bairro Alto onde nos aguardavam o Paulo e o Jonatt, eta caroninha da boa!!!
Nossa tentativa estilo alpino "nonstop" estava fracassada, tudo não deixa de ser um aprendizado, precisamos rever alguns conceitos e nosso potencial perante eles, fluimos bem até o final do grotão mas analisando agora, vejo que não deveríamos ter subido tanto pelo grotão e um pouco abaixo do último ponto em que fomos, deveríamos ter contornado pela direita pra chegarmos ao topo do grotão e na crista que segue em direção à base da Ecoxiitas, mas é claro haverão ainda algumas novas surpresas, mas estas farão parte das cenas dos próximos capítulos...

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