No finalzinho de minhas férias consegui participar de uma aventura muito legal, a liberação da via "Porta para o Infinito" no Pico Agudo em Sapopema-PR, aberta em 2011 pelo Alessandro Haiduke e Élcio Muliki, era pra eu ter estado na abertura com os parceiros no entanto por questões de trabalho não pude participar da empreitada, e sinceramente fiquei com aquela sensação de "putz deveria ter ido mesmo assim"... mas responsabilidades são responsabilidades.
Mais de
um ano depois, de férias, estava com gana de ir lá tentar a via,
cogitei até com o Alessandro, quando estivemos por Piraí do Sul abrindo
umas vias, mas no entanto ainda não me sentia suficientemente preparado,
já que tenho escalado pouco em paredes maiores e difíceis.
Na
última semana de minhas férias comecei a especular com os dois
conquistadores sobre a via, não sei nem direito o porquê, já que não
achava parceiros para tal, mas mesmo assim perguntava (rs), até que
recebi uma mensagem do Élcio no celular, me perguntando se eu estava
afim de repetir a "porta" e respondi que sim, então marcamos de ir pra
lá, no finalzinho mesmo de minhas férias, e na sequência ele estendeu o
convite ao Val (Valdecir Machado), e achei bem legal, pois isso
aumentava as chances de sucesso na tentativa de liberar a via do artifo e
pêndulo, além de haver mais "mão-de-obra" (rs) pra limpar algumas
fendas da via bem como derrubar o bloco solto da primeira cordada.
Bem
lá fomos nós, saí de Rio Negro-PR, cidade em que resido, para pegar o
Élcio e o Val em Curitiba, e após vários contratempos com o trânsito de
sexta-feira à noite em Curitiba, chegamos em Sapopema, por volta de
meia-noite, e dá-lhe seguir pelas estradas de chão até próximo ao Agudo,
e para nossa grata surpresa, a estrada até lá está ótima, isso rendeu
ânimo para subirmos para bivacar no cume do Agudo, fomos dormir lá pelas
duas e meia da madruga.
Acordamos
logo, após uma curta noite de sono (resto de madruga), as seis da manhã
aproximadamente, e depois de um breve café começamos a rapelar a
própria linha da via, o Élcio ia na frente, pois já conhecia a via, e
resolveu reforçar com uma chapa a P3, a P2 e a P1, pois na conquista já
haviam passado por um "susto" na P2, ficou bem legal o "upgrade" já que
melhorou a segurança e permitiu rapelar direto até a base da via,
derrubamos, com um pouco de trabalho o grande bloco "solto" da primeira
cordada.
E enfim começamos
a escalar, o Élcio guiou a primeira que ficou um pouco mais difícil
tecnicamente pela ausência do bloco, porém ficando bem mais segura e que
o Élcio encadenou.
O Val
encarou a segunda e mais difícil cordada da via, que possuia uma
passagem de de artificial A1, guiando-a maestralmente em livre com um
encadenamento, sugirou 8a.
Após
ter limpado e achado o traçado para eliminar o pêndulo, o Élcio guiou a
terceira cordada também encadenando-a e então me encarreguei de guiar a
quarta e última cordada da via com a responsa de não cair para manter o
encadenamento da via toda, uma cordada também muito bonita e como todas
as outras também exigente, uma sequência de chaminés, fendas de meio
corpo com um pouco a mais de exposição, dei graças a hora que costurei a
chapa perto do final da cordada, ufa! e prossegui até a parada, que
está logo abaixo do caderno de cume, cumpri minha parte dos
encadenamentos também, aí foi só alegria, muito satisfatório ter
realizado junto com os camaradas a primeira repetição da via, já que não
pude estar durante a conquista, que diga-se de passagem esta via foi
presente ao montanhismo paranaense, uma ótima via para ser
experimentada, se estiver bem "aclimatado" com grau um pouco mais
"puxado" em proteções móveis.
De
quebra, ainda fomos conhecer as vias abertas pelo Alessandro e Andrey
na agulha vizinha, a Agulha Reinhard Maack, bivacamos por lá, e no outro
dia expermentamos a excelente via "Couro de Cobra" 7a de fenda de uns
25 metros, muito estética a linha, num trecho parece que a fenda foi
cortada com "Makita" (rs), entalamentos e proteções bombas, muito boa
mesmo. E pra fechar abrimos a fenda de "entubamento" ao lado direito, em
que o Val guiou e que também experimentamos, a via chama-se "Bem do seu
Tipinho" algo em torno de 6ºSup, bem legal, nos reunimos então no cume
desta agulha e assinamos o livro de registros com um visual alucinante
das paredes ao entorno e do rio Tibagi ao fundo.
Deixo aqui meus parabéns aos conquistadores das vias citadas, agradeço a parceria do Val e
Élcio na repetição das vias e ainda um agradecimento extra ao Élcio por ter nos
apresentado pessoalmente a excelente linha que é a "Porta para o Infinito".
Val
Élcio
Taylor
Sombra do Pico Agudo nas nuvens do Rio Tibagi
Rio Tibagi sob nuvens
Val iniciando a segunda cordada
Élcio na terceira cordada
Élcio na terceira cordada
Taylor na 4ª cordada
Taylor na 4ª cordada
Couro de Cobra
Bem do seu Tipinho
Pico Agudo
Élcio na terceira cordada
Élcio na terceira cordada
Taylor na 4ª cordada
Taylor na 4ª cordada
Couro de Cobra
Pico Agudo
Rio Tibagi visto da "porta"
Impressionante parede do Pico Agudo com a linha da "Porta para o Infinito"
Impressionante parede do Pico Agudo com a linha da "Porta para o Infinito"
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