segunda-feira, 26 de abril de 2010

Primeiro Nono do Setor 2

Um dia antes de completar meus 30 anos eu e o Taylor fomos para o Setor 2 pra entrar na Cleptomania, o Taylor quase mandou a via e eu repeti, mas como estava muito frio paramos de escalar cedo e ficamos olhando novas possibilidades de vias, após analisar algumas linhas, a que mais chamou atenção fica entre a Cleptomania e a Distúrbio Bipolar, uma linha bem óbvia que todos já haviam observado e comentado. Depois de uma garrafa de vinho e muitas risadas, resolvemos voltar no domingo para equipar a via, que já tinha ate nome, mas de cara percebemos que era algo hard, neste momento decidimos que só íamos equipá-la se isolássemos todos os movimentos, e ai surgiu a idéia de chamar o Beto da Estilo, que esta mandando tudo, ligamos para ele e o camarada topou na hora.
No dia seguinte lá estávamos nos, eu o Beto e o Taylor instalando a ancoragem para tentar os lances, que já demonstravam ser difíceis desde o inicio, e depois de algumas tentativas o Beto isolou tudo e começamos o trabalho que equipagem, o Taylor bateu a parada e a última proteção, o Beto as duas anteriores e eu a primeira.
E em menos de uma hora estava equipada a mais nova via do setor das dores, este setor onde as vias tem nomes de doenças acabou de ser atualizado com a doença do momento H1N1, a via ainda não teve cadena, mas parece ser algo em torno de um 9b, e assim o setor 2 recebeu uma nova via, que aliás é o primeiro nono do 2, e eu o melhor presente de aniversário, um 9b irado para malhar. (Relato do Camusa)

O Setor 2 de São Luís do Purunã ganhou enfim seu primeiro nono grau encadenado! Trata-se da via "Gripe Comum" 9a que já foi encadenada pelo Beto e Camusa que estão de comum acordo sobre o grau, tudo começou a um tempo atrás, mais precisamente 22 de agosto de 2009, quando apesar da proximidade entre as vias "Cleptomania" e "Distúrbio Bipolar" visualizamos que entre elas se trabalhássemos bem saía mais uma linha... e que linha! Equipamos a dita cuja e ficou alucinante, a saída mais forte da três e o final também! Surge então a H1N1, a mais mais do Setor 2 que ainda é projeto, mas logo vimos que o final uma outra opção mais "fácil" que ficou em 9a a "Gripe Comum" que só teve sua primeira cadena em 11/04/2010 pelo Betão e dia 14 foi a vez do Camusa, ambas cadenas noturnas, mas a primeira cadena das novas linhas foi a variante "Flatulência" 8c (ver lista) que foi encadenada pelo Beto, Camusa e Taylor a partir de novembro de 2009.
A poderosa H1N1 foi bastante assediada desde sua abertura mas todas tentativas sem cadena e então que o Camusa começa a linkar várias variantes como forma de treino e o resultadfo foram muitas opções, de tão noiado o guri mandou todas de oitavo grau e ainda por cima quase tudo de noite!
O setor propicia o nigth climb, por causa da árvore atraz para colocar as lâmpadas fluorescentes.
Bem aí estão ótimas opções pra galera pilhada nas "curtas e grossas" e com um projetasso: H1N1 9b/c .


VARIANTES NO SETOR DAS DORES

Síndrome do pânico 8b - Sai na Distúrbio até a terceira, faz o último crux da gripe comum e termina nela.

L.E.R. 8b - Sai na Clepto, entra na H1N1, vai para a terceira da Distúrbio e termina pelo crux dela.

Flatulência 8c - Sai na Clepto, entra na gripe comum e termina na Distúrbio.

Perversão 8c - Sai na Distúrbio, entra na H1N1, vai para a última da Clepto e termina nela.

Artrite 8c – Sai na H1N1 e termina na Distúrbio

Anorexia 8c/9a – Sai na H1N1 e termina na Clepto

Tendinite 9b? - Sai na Distúrbio, entra na H1N1 e termina nela.

Hipersudorese 9b? - Sai na Clepto entra na H1N1 e termina nela.

Veja um vídeo com a sequência do Camusa na Cleptomania em 2007, dá pra ter uma idéia dos lances da parede.

domingo, 25 de abril de 2010

Vídeo do Setor 3


Nesses tempos de ombro lesionado, achei tempo pra montar esse vídeo da galera do Setor 3 de São Luís do Purunã, bem como ao montar o vídeo fiquei mais na fissura ainda, e espero que vocês fiquem também...
Curta o vídeo: Setor 3 SLP

domingo, 18 de abril de 2010

Ainda volto...






Após o Paulinho ter nos deixado em Bairro Alto 00:30hs começávamos a caminhar em direção ao Ibitirati, para uma nova tentativa da Ecoxiitas, a caminhada fluiu bem até o leito no início do grotão, chegamos ali e ainda estava escuro, amanhecendo resolvemos seguir um pouco à direita da canaleta de água e dá-lhe trepa-matos que aos poucos fora se complicando, se complicando até que tivemos que fazer encordados uma passagem à esquerda muito exposta, guardamos a corda, e novamente estávamos mais próximos da canaleta do grotão e dá-lhe trepa-matos cada vez mais sinistros, algumas passagens expostas tipo "não pode cair mesmo" começamos a misturar bambuzinhos, lances de rocha e bote em arvorezinhas, a coisa estava realmente ficando feia, e a mochila pesada com água e equipos só contribuia pra complicar ainda mais as coisas, bem após vários lances "venenosos" chegamos num platô no leito do grotão e olhei dizendo: "fim da linha" galera, pra cima de nossas cabeças havia umas rampas rochosas totalmente molhadas com uma toceira de mato isolada e pra cima disso um lance negativo pingando água, bem estávamos num beco sem saída.
Começamos a cogitar por onde ir e o Élcio se animou tentar um lance pela esquerda, eu estava convencido disso, mas após tentar ir por dois lugares, "a porta se fechava", o Alessandro perguntou ainda pro Élcio, se de onde ele visualizava era possível seguirmos pelo grotão molhado mesmo e sua resposta: "impossível!!!", estávamos meio confusos sobre onde realmente inciava a via e nos deixamos enganar achando que o platô estava próximo à esquerda, foi quando olhando melhor vimos mais abaixo algo que parecia um platô, e comecei o rapel até uma arvorezinha com um lance de rocha à frente, o Élcio e o Alessandro vieram vindo e antes visualizaram uma possível passagem por uma fissura na esquerda, me chamaram, eu já estava sentindo o cansaço e tive que "prussicar" um lance rochoso molhado levemente negativo com apenas um cordelete, acabei me desgastando ainda mais e cheguei exaurido nos dois.
Bem, lá foi o Élcio pra "última cartada", foi meio bufando pela fissura e quando chegou na aresta... sua resposta foi desoladora: Vixi! A base da via está muito longe!!! Então começou a desescalar limpando o lance. O Alessandro ainda cogitou de irmos pelo final do grotão mas era inviável passar por ali e desistimos.
A descida fui bem desagradável fizemos uns cinco rapéis de 30m pra chegarmos no local onde era possível "desescalaminhar" com mais tranquilidade e dá-lhe pernada, a descida foi frustrante e na ponte de troncos, que encontra-se semi-destruída, cada qual sentou num canto sobre a ponte e dormiu encostado na mochila, tal era nosso cansaço, após nossa ciesta (rs) continuamos o calvário, dali pra frente íamos no "automático" e por volta das 19:30hs estávamos novamente em Bairro Alto onde nos aguardavam o Paulo e o Jonatt, eta caroninha da boa!!!
Nossa tentativa estilo alpino "nonstop" estava fracassada, tudo não deixa de ser um aprendizado, precisamos rever alguns conceitos e nosso potencial perante eles, fluimos bem até o final do grotão mas analisando agora, vejo que não deveríamos ter subido tanto pelo grotão e um pouco abaixo do último ponto em que fomos, deveríamos ter contornado pela direita pra chegarmos ao topo do grotão e na crista que segue em direção à base da Ecoxiitas, mas é claro haverão ainda algumas novas surpresas, mas estas farão parte das cenas dos próximos capítulos...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Escaladas no Marumbi

Élcio

Alessandro e Jonatt

Jonatt

Alessandro

Em agosto de 2009 fomos eu, Élcio, Alessandro e Jonatt pro Marumbi pra tentarmos escalar no Segundo Degrau do Abrolhos, no entanto ao chegarmos na base da via Passagem Oeste, que era nosso acesso planejado ao Segundo Degrau, esta estava totalmente molhada, então abortamos e começamos a procurar alternativas, já havia escalado ali com o Élcio a Gritos do Silêncio, Homem Jaca e 500 Rúpias e foi pra esta última que decidimos ir.
Toda a montanha estava muito úmida e até mesmo a 500 Rúpias estava um pouco babada no crux, bem foi um tempero a mais na escalada, enfim passamos o dia escalando-a, e digo: que escalada alucinante! Ainda mais agora que estou em casa de molho com o ombro lesionado, relembrando vejo o video que editei sobre a via e chega até suar as mãos de vontade de estar lá novamente!
Assista o video editado em que trabalhava a via: http://www.vimeo.com/10942671

terça-feira, 13 de abril de 2010

Cadenas dos Graxas da semana

Taylor Thomaz na Cicatriz

Alessandro Haiduke na Paranoid

Desilusão 9a (Setor 1 SLP) - Élcio Muliki
Território Inimigo 8b (Setor 1 SLP) - Taylor Thomaz
Paranoid 9a (Setor 1 SLP) - Alessandro Haiduke
Das Abelhas VI Sup (Setor 3 SLP) - Leziones do Livramento
Mictório na Estraga 7a (Setor 3 SLP) - Taylor Thomaz
Coliformes Mentais 8a (Setor 3 SLP) - Élcio Muliki
Cicatriz 7c (Setor 3 SLP) - Taylor Thomaz
Amarelo Ual V Sup (Setor 3 SLP) - Andrey Romaniuk
Manguetonw VI (Setor 3 SLP) - Taylor Thomaz
Senhores da Verdade 7c (Anhangava) - Jonatt de Paula

Vídeo da tentativa da Território Inimigo: http://www.vimeo.com/10913211

Ajoelhou tem que rezar

Élcio na "Ajoelhou tem que rezar"

Porque será que ela tem esse nome?! :)

Taylor na Ajoelhou tem que rezar

O Setor 3 de São Luís do Purunã tem muitas vias empolgantes, é na minha opinião a melhor escola de escalada móvel do Paraná, dentre tantas vias, aproximadamente 130, existem algumas que eu diria que são 5 estrelas, e dentre estas a via "Ajoelhou tem que rezar", uma via concebida inicialmente como artificial em sua maioria e com algumas poucas passagens fáceis em livre, bem já havia feito ela nesta concepção umas duas vezes e a achava muito boa, mas em conversa com o Edmilson Padilha, este me falou que havia conseguido livrá-la sacando peças e comentou ser uma via muito dura e exposta em livre, na casa do oitavo grau.
Então entre as idas e vindas do Setor 3 com o camarada Élcio, este enfim um certo dia se encarnou em tentá-la em livre e entre muitos võos conseguiu livrá-la mas ainda faltava a cadena. Voltamos eu, o Alessandro e o Élcio e o "encardido" (rss) do Alessandro entrou na via malhou um pouco e logo mandou a cadena antes que todos nós! Enfim lá foi o Élcio e a mandou em seguida, foi muito legal, mas eu ainda devia um pouco pra via e naquele dia voltei para casa pensando... foi quase!
Não me aguentei e no dia seguinte fui com o Alessandro, Élcio e Jonatt pra tentá-la e que felicidade... saiu de prima!!! Esssa via foi muito marcante para mim pois na primeira vez que havia entrado nela imaginava impossível fazê-la em livre, no entanto alguns anos depois a encadenei sacando peças, é... escalada exige muita dedicação e perseverança.
Fiz até um videozinho com vários pedaços de algumas tentativas que segue o link: http://www.vimeo.com/10910528

Lesões da escalada

Eu na Senhores em 2008.

Hoje pela manhã fui com o Jonatt pro Anhangava, tava frio de inverno, após um breve aquece, estávamos entrando na via "Senhores da Verdade", o Jonattt mandou sacando, guiando com costuras pré-colocadas e de segundo e eu na segunda tentativa estava já no final da via fazendo a última cruzada pra entrar no final da "Nostradamus", estava tranquilo e consistente quando ao começar a realizar a cruzada, ouvi um barulhinho próximo ao ouvido direito (ombro!), como se fosse um barulho de corda tensa e prestes a arrebentar, tava na gana da cadena, tentei a cruzada e me ferrei, estourei o ombro, provalvemente estiramento de tendão e caí no final da via, putz foi uma pena... Fica a lição: sempre aqueça e alongue principalmente se estiver bem frio!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um passeio na Serra...

Ibitirati

Sexta de páscoa fomos tentar a Ecoxiitas e foi só espanco da montanha...
Fomos eu o Élcio e o Alessandro tentar a via saímos de são josé umas 22:30 hs de quinta e começamos a andar 00:45 hs, chegamos à base dos trepa-matos da Mar de Caratuvas lá pela quase 05:00 hs, cansados, com sono e não conhecíamos o acesso a partir dali e nem mesmo onde ele começava, decidimos dormir um pouco até amanhecer. Cochilamos uma horinha com pernilongos nos devorando e dae víamos que não ia dar tempo, sem conhecer o caminho e o tempo estava pra chuva, abortamos, largamos todo o equipo e fomos fazer um reconhecimento do caminho, só empenho, bambu e roubadas, chegava do nada numas paredes e tinha que voltar e contornar, trepa-matos pra caramba, enfim acho que com umas 3 horas de ralação chegamos num grotão que dava acesso à crista que dá acesso à base da Ecoxiitas. Eu e o Élcio já vimos que não rolava mais e que íamos ter q voltar todo o caminho, a aproximação é muito longe, o Alessandro foi ainda mais um pouco pelo grotão, mas logo voltou porque era perregue. Só para se ter uma idéia, do ponto em que saímos da "Mar" até o grotão tinha mais um tanto desse até a base da Eco (ou um pouco mais!) e pra cima cada vez mais exposto, o legal é que andamos por uma parte do Ibitirati que sempre tinha vontade de conhecer e marcamos um pouco o caminho, conhecemos melhor parte do acesso pra Eco e na próxima é ir pra fazer! Resistência pura, caminhar um monte morro acima carregado, estava um pouco desacostumado rss, é muito longe aquela base, acabamos enfim voltando na sexta mesmo e 21:30 hs estava em casa de novo.
Me senti tentando uma via na Patagônia (pelas histórias, pois nunca estive lá), acesso muito longe, complicado e comprometido, com tempo ameaçando virar a qualquer momento, no dia em que fomos por exemplo, começou a garoar fim de tarde e molhar tudo, imagine se estivéssemos na parede naquele momento, mas fiquei com muita vontade de voltar lá, é meu lugar preferido da serra, e como já disse apesar de nunca ter estado lá, aquela região pra mim é a Patagônia paranaense.