quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Passa Vinte

Uma das várias pedras na região próxima à Passa Vinte

A extensão do negativo em comparação com o escalador no final da via “Tapa na Cara”


Bruna guiando uma variante na parte positiva da parede


Nada melhor que começar o ano conhecendo um novo setor de escalada. Localizado no sul de Minas gerais, a “Gruta Passa Vinte” é de extraordinária beleza e grandiosidade para os nossos padrões de escalada em falésia. Acredito que quase todos que estiveram lá perderam algumas horas apenas observando, com receio, o tamanho do arco em negativo que se forma a partir de seus pés, e que, após este intervalo, respiraram aliviados por saber que quase todas as vias de escalada terminavam bem antes da metade da parede.
O setor possui atualmente grande variedade de vias a partir do oitavo grau, todas com boas agarras que não machucam e nem ralam as pontas dos dedos, restando apenas para os braços. Não que as vias sejam de pura resistência, pelo contrário, exigem muita técnica, principalmente para as últimas costuradas. Para interagir com o lugar vale à pena começar pelas vias “Gênesis, 8c”, com cuidado na terceira proteção em que a costura fica muito atrás do escalador por conta da negatividade da parede; “Tapa na Cara, 8a” que tem belos movimentos e “The Glands, 9a”, bem explosiva.
Um grande atrativo do local é o fator clima, onde chuva nem sol são problemas, a gruta é tão extensa e negativa que é possível escalar mesmo debaixo de muita chuva. Para acampar tem espaço e um córrego próximo que aumenta de volume conforme a intensidade da chuva. Existem também algumas precauções a se tomar. Por conta dos roedores locais, aconselho deixar as comidas no centro da barraca ou penduradas do lado de fora. Na estrada, a preocupação é com o carro. Como chove muito na área, é melhor deixá-lo na segunda curva antes da entrada para a trilha para facilitar a saída.
Estas são algumas dicas que soubemos de um escalador de Resende “o Valdi”, são poucas, mas bem vindas. Para quem quiser mais detalhes, o acesso e croqui das vias estão bem detalhados no blog “Rock Trip Resende”, até porque, queremos deixar um pouco da sensação deste grandioso lugar, para quem queira conhecer, retornar e é claro, escalar.

Jonatt de Paula e Bruna A. Hirsch